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Foto do escritorLucinda Cantoni Lopes

Os bailes da adolescência, por Lucinda Cantoni Lopes



Hoje fui a um restaurante com música ao vivo. Tinha um cantor que tocava violão elétrico. Lembrei-me logo do Sr. João Baiano, cantor muito ruim e cujo violão não saia do “Quem quer pão, quem quer pão…”. Mas era tudo ótimo. Quantos bailes ele animou! Todos os jovens do Retiro participavam e íamos para dançar e paquerar.


Aos domingos à tarde, era no fundo do bar do Zezinho Cachoeira. Aos sábados à noite, era no João Trombone, um salãozinho improvisado, feito de bambu e coberto com sapê ou folhas de bambu. Quanto dançamos! No João Trombone, ia acompanhada com meus pais e com meus irmãos. 


Meus pais sempre dançaram. Minha mãe sempre me contava que quando eles se casaram e tinham os filhos pequenos, meu pai ia para os bailes aos sábados e minha mãe ficava cuidando dos filhos e, aos domingos, meu pai ia com os filhos acompanhá-la até o salão e voltava para casa cuidar dos meus irmãos, enquanto ela ficava dançando com quem quisesse. 


Mas ele também nos levava a outros bairros para dançar. Na época, meu pai tinha uma perua Chevrolet que acomodava toda a família. Éramos quatro irmãs que namoravam e não cabiam os namorados na perua, então, os namorados iam embora e nós partíamos para os bailes com meus pais. 


Foi assim que eles nos ensinaram sobre a liberdade: precisamos dela, e respeitando os outros, não perdemos a nossa liberdade.



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