Junho é um mês muito especial. Mês das Festas Juninas de Santo Antônio, no dia 12; de São João, no dia 24; e de São Pedro, no dia 29.
Nos dias de Santo Antônio e São Pedro, íamos às festas das igrejas. Lá, tinha o Terço, a Novena, a Procissão, e depois a festança. Muitas comidas típicas, as roletas com prêmios, como um litro de vinho e um frango assado. Também tinha bolos, pudins e até cachos de bananas como prêmio. Tinha o leilão, com prêmios caros, como um bezerro, um porco, ou uma leitoa assada. Estas prendas eram doadas pelos fiéis da igreja. Tinha o casamento caipira e a dança da quadrilha, onde até o padre dançava!
No dia de São João, minha mãe, muito festeira, sempre organizava a Festa de São João em nossa casa, em comemoração ao aniversário do meu pai. Uma semana antes começava a fazer as bandeirinhas, feitas de papel de seda colorida, nas quais a cola que as unia ao barbante era de mandioca, feita pela minha mãe. Enquanto ela ia cortando, nós íamos colando.
A fogueira era feita com lenha que meu pai trazia da olaria e nós passávamos milho e batatas-doce na fogueira. Os balões ficavam por conta dos nomes. Ah! Quantos balões lindos ele fazia! Era muito interessante ver os homens se juntarem para segurar o balão, enquanto alguém punha fogo na tocha. Com o fogo, o balão ia se enchendo de fumaça e, de repente, subia.
Batíamos palmas e cantávamos. Os fogos eram comprados na venda do Jobe. Lembro-me de uma vez em que fui comprar os fogos com minha irmã e com meu primo de charrete. Os rojões eram lindos e só os homens adultos podiam soltar. Eles iluminavam o céu com os balões.
Para nós, crianças, tinha os estalinhos e as bombinhas, que os mais sapecas estouravam embaixo de uma latinha para ver elas voarem com o estouro. Já para os jovens, tinha o “busca pé”, que eles gostavam de jogar próximo da roda de mocinhas para vê-las correrem. E, para os que gostavam de muitas brincadeiras, tinha o cheiro da “Veia”, uma substância que, quando colocava fogo em seu fio, era um Deus nos acuda, cheirava muito mal e todos saiam de perto!
Tinha também o “pau de sebo”, um tronco de eucalipto plantado no chão e besuntado com gordura, com alguns prêmios presos no seu topo. Quem conseguia alcançar, ficava com o prêmio que, muitas vezes, era dinheiro.
A comilança era boa. Cada um trazia um prato. A pipoca, minha mãe estourava, colocava no balde e servia para todos, não tinha saquinhos, era distribuída direto nas mãos das pessoas. Tinha também o baile de São João com a dança da vassoura. Que saudades das festas de São João, que minha mãe preparava! Que saudade das festas das igrejas a que íamos!
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